quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Descoberta do Mundo #2



Sejam bem-vindos à segunda edição da Descoberta do Mundo!

Fevereiro foi outro mês em que adquiri mais livros do que esperava. Com a volta às aulas, as demandas por bibliografia da minha área se mostraram necessárias, então comprei alguns livros que me auxiliarão na compreensão de alguns conceitos. Outras aquisições foram pura gula de bibliomaníaca e eu seria muito hipócrita se dissesse que me arrependo.


Livros que ganhei/comprei:

O Zen e a Arte da escrita – Ray Bradbury. Editora Leya.
Livro que vi em um dos vídeos da Tati Feltrin e que não pude descansar enquanto não o tivesse em mãos. A escrita do senhor Bradbury é fascinante e ele me instigou diversas vezes a tentar escrever algo. Cheguei a sentir culpa por Fahrenheit 451 não figurar entre meus livros preferidos de todos os tempos.


As Nove Vidas de Dewey – Vicki Myron e Brett Witter. Editora Globo.
Sim, comprei outro livro sobre o Dewey. Relevem, pois eu realmente gostei do gatinho e estava com uma mini-depressão-pós-coração-partido quando o comprei. Nada melhor do que chocolates e gatos para espantar uma desilusão, não?


Coração de Tinta – Cornelia Funke. Companhia das Letras.
Estava louca por esse livro desde que assisti ao filme. Sim, o filme não se compara à escrita da Cornelia Funke, mas ele conseguiu me instigar o suficiente para querer ler a história que lhe deu origem. Quando me deparei com um exemplar novinho do livro na Livraria Nobel, enquanto eu e minha irmã aguardávamos o horário para assistir Os Miseráveis, não pude resistir. Ele tinha de ser meu!


O português da gente: a língua que estudamos, a língua que falamos –Rodolfo Ilari e Renato Basso. Editora Contexto.
Introdução à Sociolinguística: o tratamento da variação – Maria Cecília Mollica e Maria Luiza Braga.  Editora Contexto.
Introdução à Análise do Discurso – Helena H. Nagamine Brandão. Editora Unicamp.
Elementos de Análise do Discurso – José Luiz Fiorin. Editora Contexto.
Quatro livros de linguística; dois sobre análise do discurso, dois sobre sociolinguística. Precisava ampliar um pouco minha biblioteca acadêmica e esses títulos me pareceram os mais interessantes. Percebi recentemente que tenho mais livros teóricos de linguística do que livros teóricos de literatura. O que será que isso significa?


Os Miseráveis (dois volumes) – Victor Hugo. Cosac Naify.
Esse foi um “presente” do meu pai. Estava atrás desse livro faz um tempão, embora a edição que eu quisesse mesmo é aquela de capa dura, lindíssima, que desapareceu da face da Terra. Aproveitei que a Livraria da Folha estava vendendo esse livro com um bom desconto e agora ele é meu. O box é muito bonitinho, tem a altura de um livro de bolso, mas confesso que não gostei dos livros em si. A capa é mole, sem orelhas e a ilustração é bem esquisita. Bom, como queria mesmo a tradução, não vou me incomodar com essas coisas. Só acho uma pena a Cosac Naify não ter um pouquinho mais de cuidado com esse exemplar. Poxa, pelo preço o livro deveria no mínimo ter a capa com orelhas! Enfim... a leitura será desafiadora – por ser um calhamaço de quase duas mil páginas – mas estou ansiosa para degustá-lo todo. Certeza que terá resenha, mas não posso dizer quando.


Eurico, o Presbítero – Alexandre Herculano. Ática.
A Ilustre Casa de Ramires – Eça de Queirós. L&PM Pocket.
Duas aquisições feitas por causa da faculdade. Meu professor de Literatura Portuguesa: Romance do Século XIX já adiantou que leremos cinco romances nesse semestre. Nem ele sabe se conseguiremos, entretanto, deixou claro que a leitura dos dois primeiros é imprescindível. Aproveitei uma tarde para comprar os dois no Sebo do Messias e livrar logo minha consciência.


O Lado Bom da Vida – Matthew Quick. Intrínseca.
Compra-relâmpago realizada no Submarino, porque minha irmã precisava de um livro para a faculdade. Vi o filme primeiro e gostei muitíssimo. Segundo os vídeos que assisti dos canais Minha Estante e A Vi viu, o livro é melhor do que o filme, então... Vejamos quais serão minhas impressões sobre este livro, não é?



Livros que li:

Estórias Abensonhadas – Mia Couto. Companhia das Letras.
Terminei de ler os contos desse livro maravilindo. O que dizer sobre ele? Primeiro: haverá resenha no blog, por isso nem posso me estender nos comentários aqui. Segundo: acho que gostei mais dele do que do Fio das Missangas. Provavelmente na resenha eu explicarei o porquê. Aguardem!


Os sofrimentos do jovem Werther – Goethe. Editora Abril.
Essa foi uma releitura, na verdade. Li esse livro quando tinha 16 anos, mas não recordava mais da história. Um amigo meu comprou o livro e queria ler. Como ele passou por alguns problemas recentemente – e eu, curiosamente, passei por problemas muito semelhantes pouco tempo depois – tive receio que a leitura não lhe fizesse bem e decidi reler o livro para me certificar de que ficaria tudo bem. Resultado: nenhum dos dois teve a ideia de seguir os passos do Werther e ainda tivemos o prazer de compartilhar algumas opiniões. Haverá resenha desse livro? Provavelmente sim!


Menina Iluminada – Neil Gaiman e Charles Vess. Editora Rocco.
Leitura feita rapidinho na livraria, enquanto eu e minha irmã aguardávamos nossa sessão de cinema começar. Não sei se conseguiria escrever uma resenha, pois a leitura foi muito rápida e eu queria ler o original em inglês para ter mais noção da tradução. Só digo uma coisa: as ilustrações do Charles Vess são sensacionais! O traço do cara é uma delícia. Adoraria ter uma ilustração gigante dele emoldurada na parede da futura biblioteca da minha futura casa.


Coração de Tinta – Cornelia Funke. Companhia das Letras.
O que dizer sobre esse livro? Só agradeço o filme por não ser ruim, pois, do contrário, eu jamais teria me interessado em ler essa coisinha maravilhosa! Acho que foi um dos primeiros livros que me fez sentir saudade de alguns personagens. Amei! Vou resenhá-lo e aí poderei dar mais detalhes. Será que os demais livros da trilogia são bons assim?



Livros que estou lendo:

Os Miseráveis (volume um) – Victor Hugo. Cosac Naify.
O senhor Victor Hugo teve o poder de me seduzir logo no prefácio de sua obra. A história é longa, sim, mas dá muita, muita vontade de continuar lendo. Jean Valjean é um personagem cativante – à sua maneira – e queremos saber tudo que acontece com ele. Espero manter um ritmo constante de leitura, para poder terminá-lo apesar das várias tarefas do ano.


História Sem Fim – Michael Ende. Editora Martins Fontes.
Comecei a ler esse livro por sugestão eterna do Leonardo Triandopolis e influenciada pela leitura de Coração de Tinta – porque livros puxam livros, não se esqueçam. Encontrei-o em formato apropriado pro Kindle e tenho lido ao menos um capítulo por noite, antes de ir dormir. Estou fascinada e mal posso esperar para concluir a leitura.


Eurico, o Presbítero – Alexandre Herculano. Ática.
Resumo em quatro palavras: leitura para a faculdade. Admito, tenho pastado para ler esse livro, mas sei que vou conseguir. Gosto dos clássicos e raramente tenho problemas com a linguagem, entretanto o tema religioso me desanima profundamente. Não me imagino fazendo resenha desse livro, mas tudo pode mudar, não é?



Sugestões? Críticas? Agradecimentos? Ideias? Desabafos? Por favor, é só comentar no final do post. Fico extremamente feliz quando recebo resposta dos meus leitores amigos!

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Resenha: Amor em segunda mão – Patrícia Reis


Amor em segunda mão – Patrícia Reis
Como não adorar essa capa?
Editora Língua Geral – Coleção Ponta de Lança, 2006.

O livro de Patrícia Reis, jornalista e escritora portuguesa, me caiu em mãos por acaso e sorte. Estava eu, numa chuvosa antevéspera de feriado, a caminhar pela Avenida Paulista, quando me deparo com uma banca de jornal repleta de livros em sua porta. Curiosa que sou, dei uma esticada de pescoço para olhar os títulos e percebo que havia uma pilha com livros muito coloridos, sendo vendidos a R$10,00 cada. Não parei de imediato, tinha algum outro compromisso que não me recordo agora. Na volta, parei para olhar e, para minha surpresa, noto que são diversos livros da Editora Língua Geral, editora que eu vira a Denise Mercedes e a Juliana Gervason comentando havia poucos dias.

Com o coração disparado, desvendei aos poucos a pilha de livros coloridos com capas encantadoras. Dentre os diversos títulos, dois me chamaram a atenção: Réquiem para o navegador solitário (por motivos que expliquei aqui) e Amor em segunda mão. Apaixonei-me pela capa deste, pois além de ser roxa – e eu amo roxo; tanto que até ignorei que os demais tons do livro são em rosa – ela possui um elástico na capa, fazendo o exemplar fechar como uma agenda ou um Moleskine.

Amor em segunda mão foi o último livro que li em 2012; se não me engano conclui a leitura no início de dezembro e, depois disso, não consegui mais fazer nenhuma leitura completa. Faz parte do grupo de autores que eu nunca tinha ouvido falar, mas que, após conhecê-los, mal posso esperar para ler mais coisas deles.

É um pouquinho complicado resumir a história, mas vamos lá. O narrador alterna o foco entre onze personagens, narrando suas aventuras e desventuras na vida e, principalmente, no amor. Amor afetivo, amor romântico e até mesmo o mero desejo sexual; esses são apenas alguns dos temas abordados pelo livro. A narrativa inteira parece se centrar em Júlia, uma mulher com espírito independente, casada e com dois filhos. Ela parece viver o relacionamento perfeito, mas, conforme nos aprofundamos na leitura, percebemos que não é bem assim. Todos os demais personagens estão conectados a Júlia de algum modo. São amigos, colegas de trabalho, seus próprios filhos ou mesmo conhecidos que aos poucos tomam mais alguma importância no livro.

Fica difícil falar mais sobre o livro sem dar spoilers. Apesar do tema simples, o amor, seus prazeres e desventuras, Patrícia Reis foi muito perspicaz ao distribuir o foco narrativo entre onze personagens. Apesar de, para compreender direitinho quem era quem na história, ter sido necessário marcar os nomes num post-it e fazer diversas ligações entre personagens, essa forma trouxe uma leveza para a história, o que, por consequência, nos faz ler muito rápido. Sinto que devorei esse livro! Gostei da forma como os personagens foram trabalhados; eles são verossímeis, podemos nos deparar a qualquer momento com pessoas como as que Patrícia Reis descreve. Para mim esse é um ponto positivo, pois gosto de histórias que poderiam acontecer, com personagens que poderiam existir.

Apenas tenho um ponto “negativo” a destacar: não consegui gostar do capítulo Dois anos antes. Achei a digressão desnecessária, além de quebrar o ritmo da narrativa sem propósito aparente. Lembrando que esse é o meu ponto de vista, logo, não levem o que digo ao pé da letra. Leiam e confiram por si mesmos.

O que dizer da edição? A Editora Língua Geral, a cada livro que adquiro, mostra que sabe fazer um trabalho de qualidade, sem ser abusivo com os preços – ou sendo menos abusivo que certas editoras que vendem a preço de ouro livros com encadernação à cola. O responsável pela coordenação geral e pelo texto da orelha do livro foi José Eduardo Agualusa, o que faria a Juliana Gervason pular de felicidade. O exemplar é de 2006, logo, nada de correções seguindo o chamado Novo Acordo Ortográfico. Todos os “óptimos” estão ali, com seu p intacto, o que, para mim, é uma gracinha.

Amor em segunda mão é um livro recomendado para todos que acreditam que o amor é um sentimento dinâmico e que é mais do que possível vivê-lo mais de uma vez, de formas inteiramente diferentes, em detrimento do que todos os clássicos contos de fadas enfiaram em nossas cabeças.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Manias Literárias


Conforme informado quando respondi a tag Os três 5 de 2012, decidi criar um post dedicado às minhas manias literárias – que nem são tantas, pra falar a verdade. Assim vocês conhecem um pouco mais desta que vos escreve e se sentem convidados a também falarem sobre suas próprias manias. Vamos lá?


Cheirar livros

Esse é um vício relativamente recente. Sempre amei o cheiro de livros novos, logo, se pensarmos assim, sempre tive por hábito cheirar livros. Porém, entre 2011 e 2012 eu me tornei consciente do fato de que cheirava os livros e esse hábito se alastrou para livros em geral. De certa forma não deixa de ser uma boa mania, pois assim consigo saber se o livro, principalmente o comprado em sebo, pegou muita umidade, por exemplo. Biblioteconomistas provavelmente me condenariam, pois não é uma mania saudável cheirar livros que não sabemos direito de onde vieram, mas não posso evitar. Livros cheiram muito bem, estejam eles novos ou velhos.
(Mas admito que ainda tenho preferência pelo cheiro de livro novo, recém saído da impressão)


Não anotar nas páginas

Não, eu não consigo anotar absolutamente nada nos meus livros. Sim, isso é muito estranho, pois parece que os livros não são meus por completo, como se eles precisassem estar sempre brancos e imaculados por sei lá qual motivo, mas não posso evitar. Só de pensar em deixar um rabisquinho sequer em um de meus livros eu começo a ter taquicardia. Claro que há algumas poucas exceções a essa mania. Quando precisei escrever um artigo sobre O Ateneu para uma disciplina da faculdade, eu anotei diversas vezes no livro, além de ter grifado uma série de trechos – todos a lápis. Canetas e marca-textos são duas coisas que não encostam em meus livros. Nunquinha.


Não dobrar o livro em ângulos que ele não foi feito para suportar

Essa é uma das regras básicas de convivência comigo – e também uma regra fundamental do Manual de Bom Uso dos Livros (livro que eu, algum dia, em algum universo, criarei). Livros não foram feitos para ficarem em determinados ângulos, por isso não adianta tentar criar posições de Kama Sutra Livrescos, o pobre livro não suportará o impacto e a lombada dele quebrará. A lombada é como se fosse a coluna vertebral do livro, então a trato como gostaria que minha própria coluna fosse tratada. Abro o livro até onde ele suporta ser aberto. Somente em caso de livros muito grossos, em que não há meios de não deixar a lombada marcada, que eu acabo forçando um pouquinho mais. Já vi pessoas que dobram os livros como se eles fossem revistas e isso me dá calafrios. Sério.


Não fazer orelhas nem dobras nos livros

Seria uma subdivisão do tópico acima. Orelhas em livros são coisas arrepiantes, crianças, não façam isso com seus pobres livrinhos. Já fiquei chocada em ver que o recurso de marcador de página do meu Kindle imita uma orelhinha no canto superior direito da página, imagine como fico ao ver alguém perto de mim fazendo isso com um livro de papel? Sim, assim mesmo, bem imaginado. Para marcações há post-its, marcadores de página e diversos recursos não agressivos e totalmente reutilizáveis. Considero essa mania das mais saudáveis – para mim e para minha humilde biblioteca.


Utilizar marcadores do tamanho do livro ou ligeiramente menores

Essa mania entraria na categoria de esquisitices desta que vos fala. Não gosto de marcadores de página que ficam sobrando na parte superior do livro. Sempre uso marcadores do tamanho do livro ou mesmo ligeiramente menores que ele – e por esse motivo gosto de colecionar marcadores dos mais diversos tipos e tamanhos e cores e formatos. Não sei explicar o porquê disso; talvez tenha cansado de ter marcadores amassados e desgastados nas pontas, não sei.


Observar a forma de encadernação antes de comprar o livro

Outra mania recente. Comecei a fazer isso depois de ter lido Preservação de Acervos Bibliográficos e descoberto que há várias formas de encadernação – e que as editoras ultimamente têm pulado etapas importantes do processo apenas para baratear custos, que comumente não são repassados ao consumidor. A chamada encadernação à cola é largamente utilizada e não é nem de longe uma das melhores formas de encadernar o livro. Por isso, sempre que compro livros em lojas físicas, confiro muito bem qual tipo de encadernação é, se ela foi feita corretamente ou se há falhas claras a um olhar mais atento, enfim, esse tipo de coisa que só um amante de livros faz quando decide aumentar seu acervo. Não preciso dizer que tenho predileção pelos exemplares de capa dura, especialmente os mais antigos, pois as encadernações parecem cuidadas com mais esmero. Desafio você, caro leitor, a passear em uma livraria e observar os diversos tipos de encadernação que você encontrará por lá. Caso não queira sair, tente fazer o mesmo exercício com os livros de sua estante. Conte-me depois suas observações.


Procurar o preço mais em conta antes de decidir uma compra

Já disse algumas vezes que sou uma pechincheira de mão cheia, não disse? É por esse motivo! Não consigo comprar um livro sem pesquisar bem o preço antes. Vou a sites como a Estante Virtual para ver se já existem exemplares nos sebos. Caso não, pesquiso no BuscaPé ou outro site similar. Só compro se achei um preço razoável, do contrário, aguardo mais um tempo para comprar. Acho sim que os preços dos livros são muito altos, especialmente se formos contar com a “qualidade” oferecida – e nisso entra encadernação, cuidado com a tradução e, especialmente, com a revisão de texto, etc. Fiz alguns negócios incríveis por ser pechincheira, como também já fiz uma ou duas compras não tão boas por esse mesmo motivo. Enquanto o saldo for mais positivo do que negativo, continuarei pechinchando.


Anotar nome e data de compra em cada nova aquisição

Isso já não entra na categoria de manias. É um ritual. Todo livro que eu quero que permaneça eternamente na minha coleção passa por ele. É simples: eu adquiro o livro e coloco meu nome e a data da compra na parte de trás da capa ou na parte de trás da orelha do livro, sempre no canto superior. Após isso ele está incorporado à minha biblioteca. Só sinto que o livro é realmente meu após realizar esse quase-ritual. Sim, é a única vez que uma caneta encosta no meu acervo bibliográfico.


Anotar o título de todos os livros que li

Desde 2005 tenho um caderno – bem feinho, por sinal – em que anoto todos os títulos de livros que leio. Comecei isso pra não esquecer quais livros já li e quais não. Não tem todos os livros que já li na vida, pois há muitos que foram emprestados da Sala de Leitura no meu Ensino Fundamental que não recordo mais os títulos. De 2006 em diante eu passei a contabilizar quantos livros lia por ano, com isso passei a ter mais consciência dos meus gostos literários e da minha velocidade de leitura. É um exercício interessante, convido a quem quiser fazer o mesmo a anotar quantos livros foram lidos em 2013. Em dezembro me contem o resultado.


Não pular páginas

Sim, essa é uma mania estranha: eu normalmente não consigo pular páginas dos livros. Nem quando são livros de contos. Nos casos de coletâneas de poemas ou livros acadêmicos, não há problemas, mas romances e outros gêneros literários não me deixam pular páginas; mesmo quando a leitura está chata eu leio rapidinho até chegar numa parte legal. Ou então desisto e abandono o livro de vez.


Não parar a leitura enquanto não concluir o capítulo

Considero essa uma mania quase normal, pois conheço muita gente que faz o mesmo. Só paro a leitura quando cheguei ao final do capítulo que estava lendo. Acho que isso entraria em outra categoria, mas eu geralmente conto quantas páginas faltam até o início do próximo capítulo. Às vezes, faço isso antes mesmo de iniciar a leitura. Caso o capítulo seja muito extenso e eu tenha que parar por motivos de força maior – tais como sono e tédio, ou mesmo a interrupção para descer de um transporte coletivo ou para auxiliar alguém que requisitou os seus serviços – aí não há remédio: terei que parar a leitura de qualquer jeito. Imagino essa seja uma forma segura de lembrar onde parei a leitura, caso o marcador de páginas caia ou seja retirado de seu lugar original.


Ignorar prefácios ou posfácios muito longos e/ou não escritos pelo autor

Apesar de, dentro da leitura de um romance, por exemplo, eu não conseguir pular páginas, não vejo problema algum em pular prefácios, introduções e posfácios, se sentir que eles são muito longos ou se eles não foram escritos pelo próprio autor. Tenho a sensação de que eles atrapalham a fruição, sem contar que há pessoas sem-noção que dão spoilers logo no prefácio, então sua leitura já fica comprometida. Prefiro ler a história primeiro e, se achar válido, ler os prefácios e posfácios e apêndices e introduções e etc.


Não emprestar livros

Essa é a regra de ouro no meu pequeno Código de Ética do Acervo. Sério, eu não empresto livros. Triste, não é? Sim, bastante, mas é uma realidade. Sei todas as implicações disso, como o fato de que eu não deixo a cultura circular, fico centralizando o poder em minhas mãos e isso é errado e blábláblá. Isso vai mudar minha forma de agir? Por mais que os argumentos sejam válidos, não, não vai. Tenho meus motivos para não emprestar mais, que envolvem livros irreconhecíveis ou mesmo o desaparecimento completo daquele exemplar legal da coleção. Há exceções? Como toda boa regra, há sim. Posso emprestar livros para umas poucas e selecionadas pessoas, se estas apresentarem um documento me entregando a alma delas caso aconteça qualquer coisa com o exemplar – ou, em casos menos radicais, apenas concordando em dar um novo exemplar mesmo. Por essas e outras eu geralmente não empresto mesmo. Quem é meu amigo de verdade, entende.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A Descoberta do Mundo #1


Esse é o primeiro de diversos posts que espero fazer sobre os livros que comprei, ganhei, li, estou lendo, etc. O nome é o mesmo de um livro da Clarice Lispector e é o resumo perfeito do que eu acho que a leitura proporciona. A Descoberta do Mundo é claramente inspirada no que muitos canais literários já fazem. Planejo todo fim de mês / início do mês seguinte fazer algo do tipo. Como não tenho um vlog, farei por escrito mesmo, espero que gostem.


Livros que comprei ou ganhei

Ganhei três livros do meu pai em nosso passeio pela Livraria Nobel em Ubatuba – na semana que fiquei sem postar aqui, pois estava de férias – e comprei seis livros no Sebo do Messias.

Algumas das minhas aquisições. Não liguem pra qualidade da foto, ok?


Ganhei:
Noites Brancas – Fiódor Dostoiévski. Coleção Leste. Editora 34.
Estórias abensonhadas – Mia Couto. Companhia das Letras.
A obra-prima ignorada, seguido de Um episódio durante o Terror – Honoré de Balzac. Coleção 64 páginas. L&PM Pocket.

Comprei:
Niétotchka Niezvânova – Fiódor Dostoiévski. Coleção Leste. Editora 34.
A Mulher de Trinta Anos – Honoré de Balzac. L&PM Pocket.
90 livros clássicos para apressadinhos – Henrik Lange. Galera Record.
Dewey: Um gato entre livros – Vicki Myron com Bret Witter. Globo.
Alberto Caeiro: Poemas Completos – Fernando Pessoa. Clássicos Saraiva.

Sim, são muitos, eu sei, especialmente porque prometi que compraria menos livros esse ano. Como daqui pra frente só terei tempo para ler os livros da faculdade – e, possivelmente, do TCC – acredito que a situação mudará.


Livros que li

Li sete livros em janeiro. Considero um número muito bom, pois o começo do ano costuma ser o período que menos leio – não sei por qual razão. Se continuar nesse ritmo, minha retrospectiva de 2013 será bem maior do que a do ano passado. Em breve farei resenha deles – se não todos, a maioria – para o blog, por isso não se preocupem.

O mistério do coelho pensante e outros contos – Clarice Lispector. Rocco Jovens Leitores.
Haicais do Menino Maluquinho – Ziraldo. Melhoramentos. Leitura feita no Kindle.
Macário – Álvares de Azevedo. Domínio Público. Leitura feita no Kindle.
Dewey: Um gato entre livros – Vicki Myron com Bret Witter. Globo. Leitura feita no Kindle.
Se um viajante numa noite de inverno – Italo Calvino. Companhia das Letras.
A obra-prima ignorada, seguido de Um episódio durante o Terror – Honoré de Balzac. Coleção 64 páginas. L&PM Pocket.
Noites Brancas – Fiódor Dostoiévski. Coleção Leste. Editora 34.


Livros que eu estou lendo

No momento, estou lendo dois livros, além de ter deixado três leituras em stand-by. Costumo deixar muitas leituras assim e retomá-las apenas quando esses livros me chamam de novo – quando sair a resenha do Se um viajante numa noite de inverno, vocês entenderão direitinho o que quero dizer.

Lendo:
Pride and Prejudice – Jane Austen. Amazon. Leitura no Kindle.
Estórias abensonhadas – Mia Couto. Companhia das Letras.

Em stand-by:
A arte de escrever – Arthur Schopenhauer. L&PM Pocket.
As Horas – Michael Cunningham. Companhia das Letras.
Deus, um delírio – Richard Dawkins. Companhia das Letras.


Espero que tenham gostado dessa primeira versão da Descoberta do Mundo. Quaisquer sugestões, críticas, elogios e afins é só deixar uma mensagem nos comentários.


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