Sim, eu sei, faz
muito tempo que não venho aqui. Em muitos pontos 2014 não foi do jeito que eu
esperava e isso custou, entre outras várias coisas, meu ânimo com o blog. Disse
inúmeras vezes que levaria esse projeto com tranquilidade, visto que nada ganho
com ele além de um bocado de leveza na vida e comentários queridos, porém
tampouco posso prometer que esse post marca qualquer forma de retorno. Apenas
senti necessidade de registrar aqui minhas leituras do ano. O que virá depois
disso é incerto.
2014 não foi um ano
de muitas leituras. Comparado com os 65 títulos devorados no ano anterior,
diria que eu não li nada esse ano. Em contrapartida, eu também não comprei
quase nada. Se fosse registrar os livros adquiridos em 2014, chutaria que não
chegaram a 10. Impressionante, não? Apesar de tudo, li alguns títulos e quero
dividi-los com vocês:
Comentei sobre
esses dois livros na última edição da Descoberta do Mundo que fiz pra cá. Foram
excelentes leituras para abrir o ano, não consegui parar enquanto não soube
qual seria o destino de meus personagens preferidos, porém Coração de Tinta
ainda é o melhor livro da série. Há boatos de que a autora pretende explorar
mais o universo do Mundo de Tinta. Gostaria de ver isso acontecer.
Leitura recomendada
pelo Raphael, do Capitu Já Leu?, e pela minha mãe, que adorou o livro. Achei o
começo promissor e gostei do estilo do autor, mas algo no plot não me prendeu
tanto quanto deveria. Talvez eu esperasse algo mais investigativo e com menos
foco num envolvimento amoroso. Não li os demais livros que compõem o Cemitério
dos Livros Esquecidos, mas não descarto a possibilidade de lê-los.
Já li quase todos
os livros escritos pelo senhor Gessinger e gosto do seu estilo de prosa, porém
achei esse livro mais fraco do que os demais. Isso não me impedirá, entretanto,
de ler mais coisas dele caso venham a ser publicadas.
Leitura sugerida
pelo meu namorado, que lera esse livro há pouco e amara. Não é bem meu estilo
de leitura, achei os personagens masculinos bem babaquinhas e as
personagens femininas não me convenceram de todo, então eu não consegui me
relacionar com eles, mas a narrativa é muito boa. O autor sabe a dose exata de
palavras necessárias pra ele contar sua história e isso foi o que me fez seguir
sem maiores percalços.
Falei desse livro
quando o comprei e enquanto o lia, mas só fui concluir mesmo a leitura em 2014.
O que dizer? A autora é simplesmente incrível em sua análise dos personagens de
Dom Casmurro e o livro é o marco de toda uma nova forma de se pensar e
interpretar esse romance. Todo o já batido debate do “traiu ou não traiu?” teve
seu ponto de partida nessa pesquisa. Eu simplesmente o adorei! É o primeiro
livro acadêmico que li sem fazer careta ou sem achar enfadonho. Recomendo a
todos que gostam de Dom Casmurro.
Diversos blogs e
vlogs que acompanho fizeram resenhas de diversos livros do senhor Murakami,
porém eu nunca sentira vontade de conhecê-lo. Já estava para começar o bloqueio
literário que me fez, entre outras coisas, deixar de escrever aqui, quando esse
livro me convidou à leitura. Admito que tenho poucas memórias da história,
porém o sentimento que ela me despertou ainda é palpável: melancolia. Algo no
poético estilo narrativo do autor me fez enxergar a história toda em cinza.
Gostaria de ler obras dele.
Livrinho comprado
há séculos e lido apenas para satisfazer a minha curiosidade de fã de Once Upon a Time (quem conhece a série já deve ter entendido o porquê de eu ter lido esse
livro). Não gostei da história, a achei muito arrastada e moralista.
Leitura feita por
influência da minha amiga Tânia, que se encantou com esse livro e acabou por me
encantar também em uma postagem de Facebook. Gosto dos romances do Agualusa e
achei esse um dos mais bonitos e delicados que eu já li. Há algo na ideia da
humanidade vivendo no céu, dentro de enormes balões e dirigíveis, que me
fascina e o autor se valeu de um plot muito bom para tecer essa história
encantadora. Uma das melhores leituras do ano, sem sombra de dúvidas!
O primeiro eu
ganhei de presente do meu namorado. Já o segundo eu comprei pouco depois. Jill
Thompson trabalhou com o Neil Gaiman em Sandman e ficou bem conhecida após o
livro Morte, a Festa, no qual ela nos apresenta sua versão dos Perpétuos. Os
livros são muito fofos e a arte dela é sensacional!
Desde o lançamento
dessa graphic novel eu estava doida para lê-la. Na infância eu adorava a Turma
da Mônica e essa parecia ser uma excelente homenagem. Não podia estar mais
certa. As ilustrações são encantadoras! Não tem como não se apaixonar por essa
leitura.
13. Norte e Sul (leitura
no Kindle) – Elizabeth Gaskell
Tinha vontade de
ler esse livro desde que assisti à minissérie da BBC, em 2008 ou 2009, se não
me engano. Na época não havia tradução para o português e até cheguei a ganhar
um exemplar em inglês de presente, porém não tinha domínio suficiente do idioma
para lê-lo. Os anos passaram e finalmente consegui o ebook para ler. Em muitos
aspectos a história se diferencia da narrativa da minissérie, mas o livro me
encantou tanto quanto. Recomendo a todos que gostem de romances ingleses do
século XIX.
Livro lido em um
passeio com a minha amiga Carolina, que ama livros infantis e me recomendou. Li
rapidinho, na livraria mesmo, e me encantei. Está na minha lista de desejados.
Tenho um fraco por
livros sobre gatos, já até resenhei um para o blog, e esse me chamou atenção
por diversas vezes até que me decidisse lê-lo. O único comentário que tenho a
fazer é: Como não se apaixonar pelo Bob? Minha vontade de ter um gatinho
laranja, fofo e só meu aumentou vertiginosamente após essa leitura.
Conheci as músicas
do senhor Ramil graças a um amigo querido e ao mais novo cd/dvd do meu amado
Ney Matogrosso. Gostei muitíssimo e decidi me aventurar pela sua obra
literária. Demorei a me entrosar com o livro e acho que o final não fez jus ao
meio, mas o saldo foi mais positivo do que negativo. Ainda tenho muitas
reflexões a fazer sobre essa leitura.
Livro que me chamou
imediatamente após a leitura de Satolep. Dentre os que li do Hermann Hesse,
esse foi o que menos me atraiu. Ainda acho O Lobo da Estepe superior a esse e
Sidarta é o melhor dos três.
Leitura feita por
conta da minha mãe, que comprou esse livro numa fase em que ela estava
interessada na vida da Família Real. Sofri muito com esse livro, principalmente
por conta da Imperatriz. Que vida miserável a dela! É estarrecedor pensar em
como as mulheres sofriam na época (e como sofrem ainda hoje, mesmo com todas as
“mudanças” da sociedade). Não leria de novo, mas foi uma boa leitura.
Depois da tristeza
da leitura anterior, decidi que uma releitura me animaria o espírito. Fã de
Jane Austen que sou, escolhi apenas o meu livro favorito. Sim, sou apaixonada
por Orgulho e Preconceito tanto pelo enredo quanto pelo fato dele ter sido o
primeiro romance da autora que li, mas Persuasão tem um gosto a mais. Há algo
nele que dialoga de forma mais “real” comigo. Sem contar que o Capitão
Wentworth é simplesmente irresistível.
Por causa da
entrevista que o João Nery deu ao Canal das Bee (aqui, aqui e aqui), senti
necessidade de ler esse livro e saber um pouco mais sobre a pauta trans. É uma
história emocionante e aprendi muito com ela, embora saiba que estou dando
apenas os primeiros passos rumo ao aprendizado. Recomendo esse livro a todos
que querem ser verdadeiramente humanos.
21. Americanah (leitura
no Kindle) – Chimamanda Ngozi Adichie
Já queria ler algo
dela há séculos. Vi duas excelentes palestras dela – uma falando sobre o que
ela chama de “o perigo da história única” e outra sobre o porquê todos deviam ser feministas – e desde então queria saber como eram seus livros. Graças a
Patrícia, do blog Alma do Meu Sonho, consegui o ebook e tratei de lê-lo.
Arrastei um pouquinho na leitura, mas esse é definitivamente um dos livros do
ano. O estilo da autora é delicioso e sua narrativa é poderosa. Quero ler mais
livros dela com certeza!
Leitura feita
quando eu me encontrava num período de profunda ansiedade. Tirando O Vendedor de Sonhos, livro que eu li e gostei muito na época, confesso que não sou fã
dos livros do senhor Cury. Eles me dão a sensação de que tratam sempre do mesmo
assunto e de que sempre há muito alarde sobre o que será dito, mas pouca coisa
é efetivamente dita. Portanto, não foi leitura das mais proveitosas. Há sim
alguns pontos interessantes e a leitura ajudou a colocar a cabeça no lugar,
porém ela não é tão efetiva quando seu título nos faz supor.
Mais um ebook que a
Patrícia gentilmente me cedeu. O que dizer? É uma leitura leve, despretensiosa
e não deve, de forma alguma, ser levada a sério. O tom é muito semelhante aos
típicos romances juvenis americanos – a protagonista poderia facilmente ser a
Mia Thermopolis, da série O Diário da Princesa, sem que houvesse qualquer
mudança –, portanto, quem não gosta desse gênero de leitura nem para espairecer
é melhor evitar. Li com uma rapidez absurda, dei boas risadas, me frustrei com
diversas passagens, enfim, me diverti. Serviu como leitura de entretenimento,
mas ainda prefiro os romances da Jane Austen.
Box de livros
comprados recentemente, pois não resisto aos livros que falam sobre livros.
Gostei de ambos, embora sempre prefira ler o Mindlin contando sobre sua admirável
biblioteca e suas leituras. Senti uma vontade enorme de conhecer sua biblioteca
e me entristeci ao lembrar que jamais terei uma chance de prosear com essa
figura emblemática, pois ele não está mais nesse plano de existência.
Livros lidos no ano: 25.
Como disse anteriormente, 2014 foi um ano de poucas leituras. Destaco os livros de José Eduardo Agualusa e Chimamanda Ngozi Adichie como as melhores leituras do ano. Será que 2015 me trará mais títulos interessantes?
Tem algum livro e/ou autor para me recomendar? Por favor, faça sua sugestão nos comentários!