Amor em
segunda mão – Patrícia Reis
![]() |
Como não adorar essa capa? |
Editora
Língua Geral – Coleção Ponta de Lança, 2006.
O livro de Patrícia Reis, jornalista e
escritora portuguesa, me caiu em mãos por acaso e sorte. Estava eu, numa
chuvosa antevéspera de feriado, a caminhar pela Avenida Paulista, quando me
deparo com uma banca de jornal repleta de livros em sua porta. Curiosa que sou,
dei uma esticada de pescoço para olhar os títulos e percebo que havia uma pilha
com livros muito coloridos, sendo vendidos a R$10,00 cada. Não parei de
imediato, tinha algum outro compromisso que não me recordo agora. Na volta,
parei para olhar e, para minha surpresa, noto que são diversos livros da Editora Língua Geral, editora que eu
vira a Denise Mercedes e a Juliana Gervason comentando havia poucos dias.
Com o coração disparado, desvendei aos poucos
a pilha de livros coloridos com capas encantadoras. Dentre os diversos títulos,
dois me chamaram a atenção: Réquiem para
o navegador solitário (por motivos que expliquei aqui) e Amor em segunda mão. Apaixonei-me pela
capa deste, pois além de ser roxa – e eu amo roxo; tanto que até ignorei que os
demais tons do livro são em rosa – ela possui um elástico na capa, fazendo o
exemplar fechar como uma agenda ou um Moleskine.
Amor
em segunda mão foi o último livro que li em 2012; se não me
engano conclui a leitura no início de dezembro e, depois disso, não consegui
mais fazer nenhuma leitura completa. Faz parte do grupo de autores que eu nunca
tinha ouvido falar, mas que, após conhecê-los, mal posso esperar para ler mais
coisas deles.
É um pouquinho complicado resumir a história,
mas vamos lá. O narrador alterna o foco entre onze personagens, narrando suas
aventuras e desventuras na vida e, principalmente, no amor. Amor afetivo, amor
romântico e até mesmo o mero desejo sexual; esses são apenas alguns dos temas
abordados pelo livro. A narrativa inteira parece se centrar em Júlia, uma
mulher com espírito independente, casada e com dois filhos. Ela parece viver o
relacionamento perfeito, mas, conforme nos aprofundamos na leitura, percebemos
que não é bem assim. Todos os demais personagens estão conectados a Júlia de
algum modo. São amigos, colegas de trabalho, seus próprios filhos ou mesmo
conhecidos que aos poucos tomam mais alguma importância no livro.
Fica difícil falar mais sobre o livro sem dar
spoilers. Apesar do tema simples, o amor, seus prazeres e desventuras, Patrícia
Reis foi muito perspicaz ao distribuir o foco narrativo entre onze personagens.
Apesar de, para compreender direitinho quem era quem na história, ter sido
necessário marcar os nomes num post-it e fazer diversas ligações entre
personagens, essa forma trouxe uma leveza para a história, o que, por
consequência, nos faz ler muito rápido. Sinto que devorei esse livro! Gostei da
forma como os personagens foram trabalhados; eles são verossímeis, podemos nos
deparar a qualquer momento com pessoas como as que Patrícia Reis descreve. Para
mim esse é um ponto positivo, pois gosto de histórias que poderiam acontecer,
com personagens que poderiam existir.
Apenas tenho um ponto “negativo” a destacar:
não consegui gostar do capítulo Dois anos
antes. Achei a digressão desnecessária, além de quebrar o ritmo da
narrativa sem propósito aparente. Lembrando que esse é o meu ponto de vista,
logo, não levem o que digo ao pé da letra. Leiam e confiram por si mesmos.
O que dizer da edição? A Editora Língua
Geral, a cada livro que adquiro, mostra que sabe fazer um trabalho de
qualidade, sem ser abusivo com os preços – ou sendo menos abusivo que certas
editoras que vendem a preço de ouro livros com encadernação à cola. O
responsável pela coordenação geral e pelo texto da orelha do livro foi José Eduardo Agualusa, o que faria a
Juliana Gervason pular de felicidade. O exemplar é de 2006, logo, nada de
correções seguindo o chamado Novo Acordo Ortográfico. Todos os “óptimos” estão
ali, com seu p intacto, o que, para mim, é uma gracinha.
Amor
em segunda mão é um livro recomendado para todos que
acreditam que o amor é um sentimento dinâmico e que é mais do que possível vivê-lo
mais de uma vez, de formas inteiramente diferentes, em detrimento do que todos
os clássicos contos de fadas enfiaram em nossas cabeças.
Ler o livro fazendo anotações em Post-its? uooow... dá uma preguiça fazer isso, mas é uma boa ideia, principalmente para entender algumas palavras que eu leio, não conheço e tenho preguiça de pegar o dicionário pq o sofá esta confortável e quero saber logo o que acontece no parágrafo seguinte.
ResponderExcluir...ah, e a "paulista" é o melhor lugar da cidade para tudo!
Preciso fazer mais isso: ler e anotar em post-its x)
ExcluirObrigada mesmo pela visita! Volte mais vezes.
Beijos!
Oi, Camila!
ResponderExcluirAcabei de ler esse livro e encontrei sua resenha, gostei :)
Se tiver oportunidade, leia "Morder-te o coração", me encantou mais e é igualmente lindo, da mesma coleção da língua geral.
um abraço,
Pipa