Retrospectiva Literária Sensual 2013

Era para essa retrospectiva ter saído bem antes, mas como fui viajar no fim do ano e não consegui aprontar a lista a tempo de agendar o post, ela sairá somente agora. Fiquem comigo e acompanhem!

A capa do ano: Capitu – Luiz Fernando Carvalho. Casa da Palavra.

A escolha da capa do ano foi difícil, mas eu me apaixonei por esse livro antes mesmo de conseguir comprá-lo, então não tinha como não escolhê-lo.

Como não se apaixonar por essa capa?

O título do ano: Teoria Geral do Esquecimento – José Eduardo Agualusa. Foz.

Como não querer ler um livro com esse título? É tudo que tenho a dizer.

A surpresa do ano: A Sonata Kreutzer – Liev Tolstói. Editora 34.

Não tinha lido nada do Tolstói até ganhar esse livro de presente. Tentei ler Felicidade Conjugal, em 2011, porém não estava numa fase boa para lê-lo e devolvi o livro para a biblioteca sem passar de um terço da leitura. A Sonata Kreutzer me surpreendeu pela força da narrativa, contida num livro tão pequeno – menos de duzentas páginas. Está, sem sombra de dúvidas, entre as cinco melhores leituras do ano.

A decepção do ano: Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios – Marçal Aquino. Companhia das Letras.

Sim, já estou vendo o olhar de espanto de algumas pessoas que me acompanham por aqui. Ouvi falar bastante do filme – que não assisti, nem pretendo – mas pouco sabia do livro. Por acaso, decidi lê-lo no Kindle. Não sei se foi por causa do título ou se foi pelos comentários elogiosos que ouvi aqui e ali, fui ansiosa para encontrar uma narrativa interessante e incrível. Não foi o que aconteceu. O autor escreve de forma interessante, tanto que não tive vontade de abandoná-lo por causa da narrativa, mas a trama e a construção das personagens, a Lavínia em especial, não me convenceram. Senti como se lesse um romance pequeno-burguês tentando se passar por algo profundo. Não digo que é uma leitura ruim, mas me decepcionou profundamente.

A série do ano: Série Mundo de Tinta – Cornelia Funke. Companhia das Letras.

Não li os demais livros da série em 2013, apenas Coração de Tinta, mas, de qualquer forma, é a série do ano e talvez seja a de 2014 também.

O livro nacional do ano: Dom Casmurro – Machado de Assis. Abril. (releitura)

Reli Dom Casmurro este ano – minha primeira, e superficial, leitura foi em 2007 – e digo que esse não é apenas o livro nacional do ano, mas o livro nacional da vida! Nenhum outro livro nacional que li este ano – embora O Centauro no Jardim, do Moacyr Scliar, também seja muito bom – se compara às delícias narrativas do senhor Machado de Assis.

O autor do ano (não necessariamente um autor estreante, pode ser algum que você nunca tinha lido e leu pela primeira vez): Michael Ende.

Nunca tinha lido nada dele, embora já tivesse ouvido falar de suas habilidades para tecer histórias. Li apenas A História Sem Fim em 2013, porém já bastou para me encantar completamente. Espero poder ler mais livros dele em 2014.

A pechincha ou a raridade do ano. Pechincha: Guerra e Paz – Liev Tolstoi. Cosac Naify.

Raridade: Fumaça e Espelhos – Neil Gaiman. Lettera.

Quando você tem a oportunidade de comprar um box lindo como o Guerra e Paz com nada menos que 60% de desconto? Levei um tempo para examinar qual seria a pechincha do ano e acho que essa foi a mais significativa.

Já a raridade foi presente do namorado, que nem sabia que o livro estava esgotado em todos os lugares. Imagina a minha alegria ao saber que esse livro era todinho meu?

O melhor desfecho: O Oceano no Fim do Caminho – Neil Gaiman. Intrínseca.

O fim desse livro me deixou emocionada como há muito não ficava. Fiquei com vontade de ler mais coisas do Neil Gaiman.

O protagonista masculino do ano: Jean Valjean – Os Miseráveis.

Jean Valjean ganhou meu coração de manteiga. Ele devia aparecer ainda mais no livro e a Cosette e o Marius nem deviam existir. Ponto.

O protagonista feminino do ano: Capitu – Capitu: Memórias Póstumas.

Sei que é marmelada, mas vocês fazem ideia como é bom ler um livro no qual a Capitu finalmente tem voz? Mesmo com todas as citações diretas à Dom Casmurro, esse livro merece ser lido.

Personagem coadjuvante masculino: Dedo Empoeirado – Coração de Tinta.

Porque ele é apaixonante, mesmo quando mete os pés pelas mãos. Leria um livro inteiramente dele sem problema algum.

Personagem coadjuvante feminino: Lettie Hempstock – O Oceano no Fim do Caminho.

A Lettie é sensacional! Sem ela o menino-sem-nome-que-é-o-personagem-principal não teria feito absolutamente nada.

O pior do ano: Emmi & Leo: a sétima onda – Daniel Glattauer. Suma de Letras.

Foi difícil eleger o pior do ano, porque não costumo ler livros ruins. Mesmo os livros que eu não gostei por algum motivo não merecem figurar entre os piores. Talvez eles só não tenham dado certo pra mim. Escolhi esse porque ele me decepcionou profundamente. O primeiro da série foi divertidinho, embora não seja de forma alguma brilhante. Esse é um insulto a inteligência do leitor. O enredo ficou ruim e o autor teria sido mais feliz se juntasse tudo em um único volume. A história ficaria concisa e palatável.

O melhor do ano: Os Miseráveis – Victor Hugo. Cosac Naify.

Não tem como eleger outro. Os Miseráveis consumiu um tempo enorme da minha vida, mas valeu a pena. Mesmo nas passagens monotonamente descritivas ou quando o chato do Marius e a chata da Cosette apareciam o livro vale a pena. Leitura sensacional! Gostaria de ler outro livro incrível assim em 2014.

A meta 2013 foi cumprida?

Não tinha meta alguma pra esse ano, então não posso nem negar nem afirmar que ela foi cumprida.

Qual é a meta de 2014?

Não gosto de estabelecer metas, pois a probabilidade de descumpri-las é muito grande. Penso em tentar ler mais livros em inglês, porém não estabelecerei meta alguma.

Créditos para: Oscar Literário e Retrospectiva Literária.